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JUNG >> Um Pouco de Psicologia Analítica

  • danynaturologia
  • 16 de jul. de 2015
  • 5 min de leitura

Jung formou-se em medicina aos 25 anos pela Universidade da Basiléia e logo após iniciou sua carreira científica na área da psiquiatria. Em 1900, foi para Zurique, trabalhar no Hospital Psiquiátrico Burgholzli, tornando-se segundo assistente de Eugen Bleuler, renomado

psiquiátrico e diretor do hospital.


Aplicou e dedicou-se ao estudo da técnica da associação de palavras, observando o tempo de reação e incidentes que ocorriam em seu pacientes, o que o levava a acreditar ter atingido algum conteúdo emocional associado, algo oculto no inconsciente e que influenciava a personalidade consciente. Desta forma, demonstrou experimentalmente a existência do psiquismo inconsciente.


Para Jung, somos um todo integral, e a totalidade da nossa personalidade é denominada psique. A origem latim da palavra possui significado amplo, corresponde a “espírito” ou “alma”, entretanto, passou a significar mente, sendo assim, psique é referente a toda a atitude consciente e inconsciente do indivíduo.



Para Jung a totalidade é inerente ao ser e ao decorrer da vida devemos desenvolver este potencial, nos diferenciarmos e mantermos nossa harmonia, ao invés de rompermos em partes autônomas e conflitantes.


A psique possui estruturas distintas, mas que não funcionam separadamente. Entre elas, a única parte conhecida diretamente é a consciência, seus conteúdos derivam das relações do sujeito, percebidas através das funções mentais sensação, pensamento, intuição e sentimento (tipos psicológicos).


A sensação permite constar a presenças do mundo ao nosso redor e é responsável pela adaptação do sujeito a realidade objetiva; O pensamento garante discernimento sobre a significância dos objetos, julga e descrimina; O sentimento estima os objetos partindo de uma lógica subjetiva; A intuição é a percepção através de imagens do inconsciente, através de insights apreende a atmosfera onde se movem os objetos.


Os indivíduos possuem as quatros funções, mas não as utiliza na mesma proporção. A função mais utilizada (mais consciente) é a que diferencia a personalidade básica de cada ser, diferencia o modo de como se relaciona com o mundo exterior e interior. Cada função se desenvolve de acordo com as vivências pessoais, sofrem influência de fatores culturais e ambientais e, desta forma, pode haver a dominância de uma função, podendo tornar o sujeito comportamentalmente incompatível, dependendo das situações que passará.


Além das funções, há dois fluxos básicos de atitude mental consciente: introversão e extroversão. Dizem respeito ao processo de movimento da libido (energia psíquica) em relação ao objeto. Na introversão a libido recua diante do objeto e na extroversão a libido flui em relação ao objeto.


Esses conteúdos psíquicos, derivados das relações do individuo, são organizados pelo ego (centro da consciência), que os permitem serem conscientes e acessíveis, sendo assim, qualquer conteúdo (recordações, percepções conscientes, sentimento e pensamentos) para se tornar consciente precisa relacionar-se com o ego. A função mental dominante influencia quais conteúdos tornaram-se acessíveis, ou seja, conscientes.


Os conteúdos que não forem “aceitos” pelo ego são armazenados no inconsciente pessoal. São geralmente conteúdos incompatíveis com a atitude mental consciente, experiências vividas em outras etapas na vida que são reprimidas, percepções e impressões subliminares, dotados de carga energética insuficiente para atingir a consciência. Essa é a camada mais superficial do inconsciente.


Todo esse conteúdo é organizado em grupos, denominados complexos, que são agrupamentos de conteúdos carregados de afetividade, que possuem um núcleo com intensa carga afetiva (arquetípico) que estabelece associações com outros elementos afins, sendo essa afetividade o que mantem a coesão entre os elementos.


Apesar não estarem em conexão direta com o ego, não deixam de atuar e influenciar os processos conscientes, pois, por serem autônomos e possuírem sua própria energia propulsora, podem provocar distúrbios, seja de natureza psíquica e/ou somática.


Instigado a descobrir qual a origem dos complexos, Jung chegou à teoria do inconsciente coletivo. Jung afirma que a mente é pré-figurada pela evolução da espécie humana. Desta forma, herdamos características que nos influenciaram e determinará a maneira que reagiremos à vida, assim sendo, esta é a parte do inconsciente que não depende das experiências subjetivas. Funciona como um “baú” repleto de imagens latentes, primordiais, acerca do desenvolvimento psíquico primitivo. Essas imagens são denominadas arquétipos – modelos originais.


Essas imagens são decorrentes de inúmeras situações vividas pelo homem, que se repetiram e foram “arquivadas” em nossa psique como uma forma sem conteúdo, mas uma possibilidade de vir à consciência dependendo da experiência do sujeito e ser assim “carregada” de conteúdos.


O arquétipo funciona como centro do complexo, um imã que atrai conteúdos associativos para si para ser tornar um complexo, reforça sua estrutura com cargas afetivas, a fim de chegar à consciência e ser de fato expresso no comportamento.


Alguns desses arquétipos possuem acentuada influência na formação da nossa personalidade consciente e Jung os explorou em especial, são eles: persona, sombra anima e animus e self.


Persona: a palavra vem do grego e significa as máscaras utilizadas pelos atores nos teatros para representarem seu personagem. Está relacionada principalmente com o que é esperado socialmente de uma pessoa e como ela acredita ser vista, sendo a capacidade de assumirmos várias personas que garante nossa adaptabilidade e sobrevivência no meio social. Assim, este arquétipo pode ser benéfico ou prejudicial à personalidade do individuo, se o sujeito se identifica demais com uma de suas personas, o ego pode identificar-se com ele e “esquece” das outras, tornando-o inflexível e rígido a um comportamento.

Sombra: é um dos arquétipos que mais influencia o ego, pois seu conteúdo representa tudo aquilo que reprimimos em nossa personalidade, tudo aquilo que represamos em nos mesmos. Tais conteúdos já foram conscientes, ou seja, já relacionaram com ego, fazendo que este se sinta inconscientemente em débito com esses aspectos negligenciados. Este arquétipo possui características que se opõem a da persona e assim mantem uma relação compensatória com a mesma.

Anima e Animus: Anima é personificação do aspecto feminino na psique do homem e Animus é personificação do aspecto masculino na psique da mulher. Estas imagens inconscientes são projetadas desde muito cedo, o homem transfere para a mãe (ou que desempenhar tal papel) e a mulher para o pai (ou que desempenhar tal papel).

Essas projeções podem ser transferidas ao longo da vida do sujeito – Anima para a mãe, namorada, esposa, amante/ Animus para o pai, namorado, marido, amante. – como toda projeção, pode ocorrer o exagero na idealização de manifestação dessa personificação, o que pode gerar conflitos em tais relacionamentos, principalmente quando o outro não corresponde à imagem idealizada.


Entretanto, no aspecto positivo, é a Anima que garante ao homem sensibilidade, ternura, paciência, inspiração e o Animus que garante à mulher a sensação de autoconfiança, forte intelecto, criatividade, discernimento para mediação de conflitos conscientes e inconscientes.


Self: a personalidade de cada individuo já esta presente em si desde o nascimento e esses potenciais, de acordo com a vivência subjetiva, irão manifestar-se e garantir sua adaptabilidade ao meio. O arquétipo do self, também conhecido como Si-Mesmo, é nosso ser em potencial. E ele que media as relações de nossos varias vários aspectos da personalidade e garante individualidade de cada ser.


 
 
 

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